sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Keep breathing...



Alguma vez você já confundiu um sonho com a vida?
Ou roubou alguma coisa quando você tinha o dinheiro?
Alguma vez já esteve deprimido?
Ou pensou que o seu comboio estava em movimento enquanto está sentado ainda?
Eu sei como é querer morrer.
Como dói sorrir.
Como você tenta se encaixar, mas não pode.
Como você tenta machucar sozinho o lado de fora para tentar matar a coisa no interior...
Tudo o que você pode fazer é continuar respirando...
Apenas respire...

Às vezes eu sento na varanda, à noite, pego uma carteira de cigarro que sempre está em meu bolso, e fumo.
Fumo e penso, penso e fumo. Segurando o cigarro entre dois dedos, levo-o à minha boca, com aquele batom vermelho, que traga e deixa a marca dos lábios coloridos no filtro amarelo. Sinto toda aquela fumaça encher minha boca, descer por minha garganta, poluir meus pulmões e danificá-los pouco a pouco.
Era isso que eu queria. Eu já não me importo com o que pensam sobre meus modos, cabelos, roupas, piercings e tatuagens. Eu já não me importo com bom hálito, dentes brancos, aparência e higiene. Eu não me importo com banho, fome, festas e beijo na boca. Não me importo comigo, com o alcoolismo, com a dependência química, nem com você. Eu bebo o que eu quiser, eu me drogo quando eu quiser, eu ouço o que eu quiser e transo com quem eu quiser, também.
Eu não uso rosa, eu não ouço MPB, eu não sou virgem e nem minha primeira vez foi especial. Eu não uso salto alto, não sou magra, não me encaixo nos perfis de beleza, não faço as unhas e não demoro uma hora pra me arrumar.
Não estudo, não trabalho, não sou o orgulho dos meus pais e muito menos os obedeço. Tenho quatro piercings, doze tatuagens, ficha na polícia e apenas dezessete anos.
Eu não leio, eu não combino roupas e não faço papai-e-mamãe debaixo dos lençóis. Mas a felicidade bate à minha porta todos os dias para entregar o jornal. E, além de tudo, eu tenho uma coisa que você não tem: caráter.



Você pode aguentar. Você vai superar.


P.S.: Saudades de Janaína.... A melhor cunhada que eu já tive...
Após sete meses de intensa agonia, sofrimento, tormenta, não teve mais estruturas pra suportar a nossa dor.
*27/04/1990
+03/02/2007

Um comentário:

O que você achou? Me fala! Quero saber...