quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Em algum lugar do tempo...


A capacidade de esquecer é o que existe de mais precioso sobre a face da Terra, sob nossas faces. Amar é indubitavelmente mais magnânimo, mas não é tão essencial quanto o esquecimento: ele sim nos mantém vivos...
O amor torna a paisagem mais bonita, mas é o curativo do esquecimento que nos faz querer abrir os olhos para vê-la. A paixão empresta um sentido quase mítico aos dias, mas esquecer a tristeza perante a morte dela é o nos torna aptos a nos encantar novamente.
Já esqueci amores inesquecíveis, e sobrevivi a paixões que, tinha plena convicção, me matariam se terminassem.
Às vezes cruzo com um ou outro fantasma do meu passado, que já foram bem vindos, e não deixo de sentir certa melancolia ao perceber que aquele rosto um dia pleno de significado se tornou tão relevante quanto um outdoor de pasta de dente.
Algumas pessoas simplesmente são apagadas da memória, sem maldade ou intenção, apenas esmaecem até desaparecer.
É mesmo impossível mater na memória da pele todos os que passaram por nós ou sermos mantidos por todos, é simplesmente gente demais...
O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotada com erros cometidos e alegrias que definitivamente não vão ser revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além de se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. Algumas coisas não servem para mais nada além de ser esquecidas. algumas coisas foram feitas para ser esquecidas. É inútil também jamais perder de vista um detalhe, afixá-lo no espelho do banheiro ou repeti-lo como um mantra: absolutamente nada é para sempre, nem mesmo os sentimentos que parecem ser(a vida seria um lago estagnado se só existisse o perene).
Nunca mais haverá um amor como aquele? Ótimo! Porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse.
Todo mundo passa. E é bom que seja assim...

2 comentários:

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